O serviço começa pela rendição. Devemos ingressar na região do serviço através do portal da rendição. Então, seremos aconselhados quanto ao que fazer; os devotos nos utilizarão. Assim, precisamos dos Vaishnavas –eles são os guias de lá. De fato, temos grande necessidade dos Vaishnavas, porque eles têm experiência daquele plano e podem nos orientar.

O Senhor diz: "Aqueles que professam ser Meus servos não são Meus servos de verdade, mas o servo de Meus servos é o verdadeiro servo". Isso significa, na verdade, que vemos como a orientação do Vaishnava pode nos introduzir nessa nova Terra. E isso será muito proveitoso para nosso objetivo.

No início, no estado cru, poderemos pensar que, "Por que se menciona tanto o Vaishnava? Eu quero o próprio Senhor e eles (os sadhus e os Gurus) sempre põem o Vaishnava no meio, intervindo. Entre eu e Deus, o Guru pode ser tolerado até certo ponto, mas "Vaishnava, Vaishnava!" Por que o Vaishnava recebe sempre tanta importância? Parece indesejável que alguém se interponha entre nós (e Deus). Mas, quanto mais crescermos, descobriremos que tal ênfase é dada para o benefício especial dos recém-chegados. Sem sua orientação somos estranhos. É claro que, pela vontade de Deus, eles são nomeados para nos orientar. Mas sua orientação é essencial e necessária para todos os aspectos do serviço. Eles não são inimigos, eles não são invasores interferindo entre nós e Deus.

Óculos formam uma barreira aparente entre o objeto da visão e o vidente, entre o olho e a visão, mas, na verdade, intensificam nossa visão. São apenas uma barreira aparente entre os dois. Deveriam ser concebidos como num sistema telescópico. Poderemos ver agentes intervindo como se fossem invasores aparentes entre a coisa a ser vista ao longe e aqui, mas eles de fato intensificam a nossa visão.

O serviço é um sistema telescópico: servo do servo do servo etc. (tvad-bhrtya-bhrtya-paricharaka-bhrtya-bhrtya-bhrtyasya bhrtya iti mam smara loka-natha). É muito importante para nossa orientação entendermos este conceito: quanto maior for o número de guardiões que eu tiver sobre minha cabeça, mais refinada será a visão que passará por um, dois, três –no sistema telescópico. Ou seja, as coisas estão muito distantes, e ficarão próximas com a ajuda de várias lentes intermediando. As pessoas comuns poderão pensar nelas como se fossem muitas barreiras, mas na verdade, elas intensificam a visão. Na terra da exploração, se eu tiver muitos servos, isso não me perturbará. "Tenho tantos servos sob meu comando!" Mas, no domínio espiritual, é exatamente o oposto: são tantos guardiões, tantos bem-querentes. Tentaremos ver os Vaishnavas desse modo, como sendo muitos guardiões e bem-querentes. Quanto mais guardiões eu tiver por lá, ficarei livre de qualquer medo. Eu obtive tantos guardiões, tantos bem-querentes; assim, não ligo para ninguém! Portanto, deveremos ver o Vaishnava, o sadhu, desse modo. É claro que estou me referindo ao plano real. Não estamos falando da impostura, dos imitadores. Mas tal é o caso no plano verdadeiro.