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É o dever de
um cidadão Vaishnava trabalhar sob a orientação de um
Vaishnava superior. Esse deveria ser o dever. A orientação
deve provir de um nível superior. Tal aspiração, o plano
mais elevado, é a concepção apropriada do Vaishnavismo.
Se pudermos compreender isso, então tentaremos nos orientar
por essa concepção tão elevada.
O ditame tem de provir de cima, e então podemos ter
esperanças de alcançar aquele plano algum dia.
Se
tivermos um verdadeiro anseio por essa vida, se considerarmos
que essa é a forma de vida mais elevada, a forma de
vida mais nobre, devemos pegar esse fio da meada.
É isso que encontramos em Vraja. Essa aspiração nos
levará gradualmente para lá. O fervor, o sabor, é isso
que nos concederá um verdadeiro nascimento e nos levará
para lá gradualmente.
Laulyam (anseio) e Sraddha (fé)
Quando sraddha cresce, é considerada laulyam,
a cobiça espiritual. Devemos desejar por isso sinceramente.
Esse é o preço: nosso desejo intenso. O preço é o desejo
intenso e fervoroso. Não pode ser adquirido pagando
qualquer outro preço. Sim, desejamos isso! Não podemos
viver sem isso! Não podemos viver neste plano! Se existe
a possibilidade de que exista um plano de vida mais
nobre, temos de ir para lá. Não podemos tolerar esta
atmosfera onde todos estão explorando uns aos outros
e ao meio ambiente. Queremos nos livrar deste plano.
Sob a orientação do Guru que está conectado a Krishna,
devemos apenas nos arrojar a Seu serviço e executarmos
a Sua ordem. A ordem está vindo dEle através do Guru
e do Sadhu (devoto sábio). Devemos nos pôr
à disposição daquele suddha Guru, o sadhu
que já está conectado diretamente a Ele e que é Seu
agente. Nos pomos à sua disposição: faremos aquilo que
ele pedir —isso será serviço de verdade.
Portanto, é dito nos shastras (escrituras)
que o serviço ao Vaishnava é superior ao serviço direto
ao Senhor. Se nos aproximamos diretamente do Senhor,
então teremos de imaginar ou supor qual seja a Sua instrução.
Pensar que esta deve ser a Sua ordem pode estar correto
ou não; certamente que pode estar contaminado, adulterado
por nossa concepção. Mas, quando o serviço está vindo
através do verdadeiro sadhu, Seu agente, então,
se o pudermos executar, isso terá uma conexão direta
com Ele, uma conexão de verdade. Produzirá mais avanço
do que a abordagem direta.
No
presente, nos encontramos em meio a uma experiência particular
de um mundo que é irreal, que logo evaporará. Mas tudo
aquilo que procuramos através de shastra e sadhu
é verdade –aquele plano onde Krishna mora–,
e nossas personalidades têm uma conexão direta lá.
ya
nisa sarva bhutanam, tasyam jagarti samyami
yasyam jagrati bhutani, sa nisa pasyato muneh
Encontramos
no Bhagavad-gita (2.69) que o que é noite para um é dia
para o outro e o que é dia para um é noite para o outro.
Estamos despertos apenas no cálculo local de interesse
provincial do mundo. O conceito humano aplicado ao Infinito
apresenta diferentes estágios. Diferentes tipos de pensadores
empurram seu próprio colorido ao meio ambiente e vivem
de acordo a isso, pensando que é tudo sancionado. Mas
tudo isso é um equívoco. O Absoluto tem Sua própria concepção
conforme a Sua percepção, e devemos ser convertidos a
esse ponto de vista. Somente nossa alma pode ter uma experiência
disso e se tornar um membro de lá, e não este corpo material.
Os olhos e a mente não podem alcançar esse conceito. É
somente através do ouvido que essa concepção pode chegar
à nossa alma. A alma despertará e todos os pareceres da
mente e dos sentidos se evaporarão. Então, obteremos o
nosso verdadeiro corpo espiritual. Este emergirá de nosso
atual corpo e mente conscientes.
Tudo
tem que ser de uma ordem espiritual e não uma imitação.
A escola Sahajiya (imitacionistas) tenta encontrar o que
ouviu a respeito de Krishna neste plano mundano. Eles
pretendem encontrar isso neste plano, mas isso é impossível.
Temos que ir para lá através do sadhana (práticas
espirituais) e sob a orientação de um verdadeiro sadhu.