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A Guerra Contra os Yaksas

Uttama permanecera solteiro. Partiu certa vez numa excursão de caça e foi morto por um yaksa poderoso nas montanhas da cordilheira do Himalaia. Sua mãe, Suruchi,
foi atrás do filho e também morreu.

Quando o imperador Dhruva ouviu falar da morte do irmão pelos yaksas nas montanhas do Himalaia, sentiu-se tomado pela lamentação e pela ira, montou em sua carruagem e partiu para conquistar Alakapuri, a cidade dos yaksas.

Dhruva Maharaj seguiu no rumo norte, adentrando a cordilheira Himalaia. Ao chegar a um vale, viu uma cidade habitada por pessoas de características fantasmagóricas e que eram seguidores do senhor Shiva.

Como veremos, os guerreiros xátrias eram mestres de uma tecnologia que lhes permitia desenvolver armas investidas de poderes místicos. Uma vez disparadas, as flechas transformavam-se naquilo em que o guerreiro meditasse utilizando seus poderes mentais.

Logo que Dhruva Maharaj chegou a Alakapuri, fez soar imediatamente seu búzio. O som reverberou pelos céus em todas as direções. As esposas dos yaksas ficaram muito amedrontadas. Isso ficava aparente nos olhares repletos de ansiedade que trocavam entre si.

Os poderosos heróis yaksas não foram capazes de tolerar a vibração ressonante e provocadora do búzio do imperador da Terra. Saíram armados de sua cidade e atacaram Dhruva.

Naquela época, as guerras eram disputadas em campos de batalha, pois governantes e guerreiros respeitavam e protegiam as cidades, as lavouras e a vida de civis — mulheres, crianças e anciãos. Somente as pessoas que por sua natureza eram guerreiros é que participavam nas guerras.

Dhruva Maharaj era um excelente cocheiro e certamente um exímio arqueiro e, imediatamente, pôs-se a matar yaksas disparando três flechas de cada vez simultaneamente.

Quando os heróis yaksas viram que suas cabeças estavam sendo ameaçadas pelo imperador, puderam facilmente entender sua posição delicada e concluíram que seriam certamente derrotados. Mas, como heróis que eram, louvaram as atividades de Dhruva.

As serpentes não podem tolerar serem pisoteadas por qualquer um. Do mesmo modo, os yaksas não puderam tolerar a maravilhosa coragem do imperador Dhruva. Lançaram duas vezes mais flechas contra Dhruva exibindo com valentia seu valor.

Eram 130.000 guerreiros yaksas poderosos e irados. Todos eles desejavam derrotar as atividades extraordinárias de Dhruva Maharaj. Com força total, lançaram vários tipos de flechas emplumadas, clavas de ferro, espadas, tridentes, lanças, lanceias e armas bhusundi que desciam como chuva torrencial sobre Dhruva e sobre sua carruagem e cocheiro.

Dhruva Maharaj ficou completamente coberto pela chuva incessante de armas, como se fosse uma montanha coberta por uma tempestade.

Os seres perfeitos dos sistemas planetários superiores observavam a luta desde o céu, e, ao verem que Dhruva tinha sido coberto pelas flechas incessantes do exército inimigo, rugiram tumultuosamente: "O neto de Manu, Dhruva, está agora perdido!" E choraram ao ver que Dhruva Maharaj parecia um sol que se punha no oceano dos yaksas.

Os yaksas, sentindo-se temporariamente vitoriosos, gritaram seu gritos de vitória sobre o imperador. Mas, nisso, a carruagem de Dhruva apareceu repentinamente. Foi como se o sol aparecesse de repente de dentro da bruma nebulosa.

O arco e as flechas de Dhruva Maharaj ressoaram e assobiaram, causando lamentação aos corações de seus inimigos. Ele começou a atirar flechas sem parar, quebrando suas diferentes armas, parecendo o vento que sopra e espalha as nuvens reunidas no céu.

As flechas afiadas que saiam do arco do imperador perfuraram as couraças e os corpos do inimigo, como se fossem raios atirados pelo rei dos céus para destroçar os picos das montanhas.

As cabeças daqueles que haviam sido despedaçados pelas flechas de Dhruva Maharaj mostravam uma formosura tenebrosa enfeitadas com brincos e turbantes. As pernas de seus corpos estavam tão belas como se fossem árvores de palma douradas, seus braços estavam enfeitados com pulseiras douradas e braceletes, e suas cabeças estavam cobertas por valiosos elmos ornados de ouro. Todos estes ornamentos caídos sobre o campo de batalha eram muito atraentes e poderiam desnortear a mente de um herói.

Os yaksas restantes e que, de alguma maneira, não haviam sido mortos tinham seus membros cortados pelas flechas do imperador e começaram a fugir, como os elefantes fogem quando são derrotados por um leão.

Dhruva Maharaj, o melhor dos seres humanos, observou que, naquele grande campo de batalha, nenhum dos soldados adversários ficara de pé com suas armas. Ele desejou ver a cidade de Alakapuri, mas pensou consigo mesmo, "Ninguém conhece os planos dos místicos guerreiros yaksas".

Enquanto Dhruva Maharaj e seu cocheiro conversavam sobre as dúvidas que tinham quanto a seus inimigos místicos, ouviram um som tremendo. Era como se o oceano inteiro estivesse presente no vale. Viram descer do céu sobre eles uma grande tempestade de poeira que vinha de todas as direções.

Num instante, o céu inteiro estava nublado por nuvens densas, e ouvia-se um trovejar estrondoso. Raios refulgiam e, repentinamente, caiu uma chuva pesada.

 

 

 

 

 
 

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