As
Austeridades de Dhruva Maharaj
Logo
que chegou a Madhuvana e como fora aconselhado por seu
mestre, Dhruva banhou-se no Rio Yamuna e ficou em jejum
a noite inteira. Depois disso, iniciou a adoração
da forma transcendental Deus.
No
primeiro mês, o menino príncipe comeu apenas
frutos e amoras a cada três dias, apenas o suficiente
para manter corpo e alma juntos, e, ao fazer isso, ele
progrediu em sua adoração ao Senhor Supremo.
No
segundo mês, Dhruva Maharaj já comia apenas
grama e folhas secas a cada seis dias, continuando com
sua adoração.
No
terceiro mês, ele apenas bebia água a cada
nove dias e conseguiu ficar em transe total de adoração
à Suprema Personalidade de Deus.
No
quarto mês, o príncipe tornou-se mestre no
exercício de controle da respiração,
sendo que inalava ar somente a cada doze dias. Ao fazer
isso, ele ficou fixo em sua posição e continuou
adorando a forma transcendental, eterna e bem-aventurada
de Deus.
No
quinto mês, o príncipe controlou sua respiração
com perfeição e foi capaz de ficar de pé
sobre uma perna só, firme como uma coluna, sem
fazer o mínimo movimento, e era capaz de concentrar
sua mente no Brahman Supremo, que é a forma infinita
de Deus que abriga todas as energias materiais e espirituais.
Ele
controlou seus sentidos de percepção e fixou
sua mente, sem qualquer desvio, na forma espiritual de Deus. Quando
Dhruva conseguiu capturar em seu coração a
Personalidade Suprema de Deus, o refúgio de toda
a Criação e o mestre de todos os seres vivos,
os três mundos começaram a trepidar.
Na
medida em que o príncipe-iogue se mantinha estável
sobre uma única perna, a pressão do dedão
do pé empurrou o planeta Terra em sua órbita.
O príncipe ficou praticamente com o mesmo peso que
o Senhor Vishnu, quem é a consciência total
da Criação. Devido
ao poder de sua concentração e por ter fechado
todos os poros de seu corpo, a respiração
universal com seus semideuses e criaturas sentiu-se sufocar.
Por isso, os semideuses buscaram o refúgio do Senhor
Supremo.
Os
semideuses têm acesso direto ao Senhor Vishnu em Sua
residência na Estrela Polar, que é um planeta
espiritual localizado neste universo. Eles subiram em suas
naves e dirigiram-se ao oceano de leite daquele planeta
também conhecido como Sisumara. Aproximaram-se do
Senhor Supremo e disseram: "Amada
Personalidade Suprema de Deus, somente o Senhor é
o refúgio de todas as entidades vivas móveis
e imóveis. Sentimos que todas as criaturas do universo
estão sufocando, tendo seu processo respiratório
sufocado. Jamais experimentamos algo semelhante. Viemos
até o Senhor, pois não existe qualquer outro
abrigo para as almas rendidas. Seja bondoso, e salve-nos
deste perigo."
Narayana,
o Deus Supremo e a origem de todas as criaturas, é
oniciente e onipotente e respondeu aos temerosos semideuses: "Meus
queridos semideuses, não fiquem perturbados com o
que está acontecendo. O problema que estão
sentindo se deve às severas austeridades e à
total determinação do filho do rei Uttanapada.
Neste momento, o príncipe Dhurva está absorto
em meditar em Minha forma transcendental. Ele obstruiu o
processo respiratório universal. Vocês podem
retornar com segurança a seus respectivos lares.
Eu farei o príncipe interromper suas austeridades
severas, e todos serão salvos desta situação
calamitosa."
Quando
os semideuses se sentiram assegurados pela Personalidade
Suprema de Deus, ficaram livres de todo temor e despediram-se,
oferecendo suas reverências a Narayana e retornando
a seus planetas celestiais. Então,
o Senhor Supremo montou em Sua águia dourada Garuda
e voou veloz até a floresta de Madhuvana para encontrar-Se
com Seu servo e devoto Dhruva.
A
forma do Senhor na qual o príncipe Dhruva meditava
em total absorção em seu amadurecido processo
de ioga era brilhante como um raio e, repentinamente, desapareceu
de sua visão interna. Dhruva
ficou perturbado, e sua meditação quebrou-se.
Mas, tão logo abriu seus olhos, o príncipe
viu que a Personalidade Suprema de Deus estava presente
diante de seus olhos arregalados, exatamente com a mesma
forma que O vira durante sua meditação em
seu coração.